Este ano podemos comemorar 15 anos de uma das melhores produções para TV de todos os tempos. A telenovela Xica da Silva - De Escrava À Rainha, foi e é vista em diversas línguas, por quase todo o planeta. Hoje então, com as facilidades da Internet, há seguidores do polêmico folhetim espalhados no mundo todo.
Escrita por Walcyr Carrasco, da extinta emissora de TV Manchete, a novela foi dirigida por Walter Avancini, na missão de retratar uma história repleta de polêmica. Pra começar, a atriz pricipal começou as gravações ainda sem completar a maioridade. A novela continha vastas horas de nudismo, erotismo e sensualidade, algumas vezes de forma gratuita e, em outras, de maneira oportuna e até obrigatória. Muitos pais proibíam seus filhos de assistirem a novela. Os assuntos religiosos também colocavam lenha na fogueira, já que retratava uma época de modos quase medievais, principalmente se tratando de uma colônia de exploração, com todos os interesses e ética políticos desviados. Falava-se de bruxaria, da Santa Inquisição, dos casamentos arranjados, da fuga de perseguidos (judeus) em Portugual para o Brasil, do tratamento dado aos escravos pelos brancos, da homossexualidade na figura de José Maria (Guilherme Piva), da submissão da mulher, do tráfico de armas e diamantes, e de vários outros pormenores do século XVIII, representados no Tijuco.
A novela era inspirada na história real de uma escrava negra que viveu em Diamantina, interior de Minas Gerais. Xica era propriedade do contratador Felisberto Caldeira Brant, descubrindo mais tarde que era seu pai. Na época, a região se chamava Arraial do Tijuco e tinha como principal vocação a extração de diamantes. O grande centro comercial da época era forte componente da Estrada Real (Diamantina, Ouro Preto, Paraty e Rio de Janeiro), onde escoava (deixando rastros) as riquezas do país diretamente para a Corôa Portuguesa. A então escrava Xica, conheceu o homem mais podereso da região (após arruinar seu pai roubando-lhe seus diamantes), o novo contratador de diamantes João Fernades de Oliveira, que se apaixonou por ela, a aforriou, assumindo o casamento incomum para todos. Um escândalo para a época que ocasionou várias intrigas, conspirações e, até hoje, é contestado por historiadores. O que se sabe, é que o nome do casal está presente em diversos livros de batismo como padrinhos, prova incontestável de exposição social. João Fernandes também se ocupou em enviar todos os filhos homens para estudarem na côrte e voltarem casados com fidalgas. Com o tempo, a misciginação foi se atenuando, a medida que os herdeiros do sangue de Xica foram se casando com brancos e brancas. Hoje, não há vestígios acessíveis, e aqueles que seriam descendentes não gostam de comentar o assunto, evitando maiores assédios. Xica teve sua casa (atualmente, museu Casa de Xica, em uma das suas residências que preservaram), uma vida de rainha, a aceitação compulsória da sociedade mercenária do extrato do Tijuco, e toda uma montanha de diamantes presenteada pelo seu grande amor João Fernandes. Com todas as nuanças do caso, mandaram e desmandaram nas Minas Gerais do diamante. Mistura de poder, paixão, amor e intriga, num surrealismo barroco em que Xica vira Senhora Xica da Silva. Os outros enlaces da trama, eram artifícios para retratar de forma detalhada a época e as posturas possíveis no âmbito sócio-político colonial. O comércio de escravos presente na novela, por exemplo, não era comum no Tijuco, onde as famílias já estavam estabilizadas com seus lacaios, mucamas, e os seus descendentes tijucanos. Somente eram comercializados em caso de pagamento de dívida, falência ou partida de bens patriarcais, evitando separações de escravos parentes.
O sucesso da novela se deu, além dos assuntos polêmicos e lascivos, pela riqueza de detalhes históricos, culturais, perfeição nas atuações, o linguajar, o figurino e maquiagem, ilustrando uma época de forma crua, sem tanto aparato como nos cinemas e que foi capaz de convencer, com toda eficiência, os telespectadores. Os noveleiros que assistiram ou assistem Xica, sempre comentam a história como se tudo fosse verdade. Ficam revoltados com os maus tratos, com os posicionamentos políticos da época, impressionados com os modos para comer, vestir, falar, com os relacionamentos entre os personagens... uma mega ilustração do passado, verossímel para a maioria. Vemos nos comentários do Youtube esta identificação com pessoas de diferentes idades e culturas para com as questões apontadas na telenovela. O ódio à Violante Cabral (Drica Moraes), à Catarina (Joana Limaverde), ao Sargento Mor (Carlos Albert), a benevolência com personagens do tipo Maria Benguela (Lucimara Martins), Das Dores (Carla Regina), Rosa (Maria Alves) - o "estrupício mor", a santinha Úrsula e o virgem Xavier (Rita Ribeiro e Matheus Petinatti), as meninas casadouras Ana e Isabel (Ingrid Friedman e Ludmila Dayer) e tantos outros.
Foi também a oportunidade de reconhecimento do público para os atores e atrizes firmaram a carreira nas novelas. A própria atriz principal, Taís Araújo, primeira negra a ser protagonista de novela no Brasil, repetiu a dose em mais duas outras (Da Cor do Pecado e Viver A Vida), também grandes sucessos internacionais da Globo. Outra que ali começou, foi a Jade (Giovanna Antonelli) de O Clone, que fazia a assanhada Elvira. Murilo Rosa (Martin), Dalton Vigh (o inquisidor Expedito), Guilherme Piva (José Maria/ Zé Mulher), Adriane Galisteu (Clara/ Mãe D'Água), Maurício Gonçalves (Quiloa)... Passaram a fazer parte do time da maior emissora de TV do Brasil, Rede Globo, e uma das maiores produtoras de novelas do mundo.
A novela Xica da Silva foi exibida originalmente entre 17 de setembro de 1996 a 11 de agosto de 1997 na Rede Manchete. Foi reprisada no SBT, também no Brasil, e exportada para diversos países pelas emissoras SIC (Portugal), Azteca (México) e TVI (Portugal), entre outras. Taís Araújo chegou a ser contratada pela Telemundo para divulgação da novela e para participar de um reality show do canal e fez uma participação especial na novela Betty, A Feia. Foi eleita pela People espanhola como uma das 50 mais belas do mundo. A novela foi exibida três vezes nos EUA. Na Argentina, foi exibida em 2009 e alcançou a audiência média de 9.3, ficando em terceiro lugar no Ibope. É transmitida desde 2010 na Colômbia pela segunda vez na City TV. Pelo Canal 5 Paravisión do Paraguai, no Chile, Telecanal, no Equador por RTS e na Guatemala (por duas vezes) no Canal 3, onde tem sido um grande êxito novamente.
Vídeo em homenagem aos 15 anos da telenovela Xica da Silva.
Tais Araújo no TV Xuxa, Faustão, Troféu Imprensa, entrevistas e etc.
Tais Araújo no TV Xuxa agora
ResponderExcluirAmo essa novela, os personagens, o figurino, a trama, tudo, e Sem dúvida foi uma das novelas brasileiras com maior êxito no exterior e que até hoje é muito comentada e assistida na internet. Sempre que posso assisto um capítulo pela net tb..
ResponderExcluirGostei da matéria, abraço.
A a moiaria dos atores e atrizes que atuaram nesta nova "Chica da Silva", firmaram a carreira nas novelas.Passaram a fazer parte das novelas da Rede globo.Porque o ator Victor Wagner(excelente ator por sinal que progonizou "O Contratador" nessa novela foi esquecido pela emissora?
ResponderExcluirAcho que foi por preconceito Ele tinha posado pra revista gay e ficou no limo
ExcluirNOVELA EXCEPCIONAL!!! PARA QUEM TEM INTERESSE EM ADQUIRI-LA COMPLETA ACESSE O SITE http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-482740763-xica-da-silva-completa-frete-gratis-_JM E TERÁ UMA NOVELA COMPLETA EM EXCELENTE QUALIDAE DE SOM E IMAGEM! IMPERDÍVEL!sandpi36@gmail.com
ResponderExcluirMelhor novela!!! Amo contratador!! E a Ursula Rita Ribeiro??? Sumiu
ResponderExcluirEstá muito acabada. Já a Giovana Antonelli e Drica Moraes assim como tais Araújo continuam lindas
ExcluirMelhor novela de todos os tempos! O SBT devia reprise la. Ainda bem que da para ver na internet
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